Olá leitores!
Há uns dias, eu participava de um bate papo em um dos grupos de leitura que participo quando o tema "parcerias com autores no bookstagram" surgiu e rendeu desabafos inesperados.
Alguns relatos se destacaram pelo tom abusivo, pelo constrangimento e até coerção com que as parcerias estavam sendo tratadas por alguns autores e suas assessorias, o que estava deixando essas pessoas visivelmente angustiadas e confusas.
Então, acho que uma conversa sobre isso se faz necessária, pois está havendo, no entender geral, um equívoco por parte de alguns autores e suas equipes de apoio sobre a sua forma de relacionamento e promoção.
Um bookstagramer é, simplificadamente, uma pessoa física que se dispõe, em nome do amor à leitura e por livre e espontânea vontade, a administrar uma conta de instagram para produzir e promover conteúdo literário que ela consome, sem ganhar um picolé por isso - e sem certeza de que seu conteúdo será realmente entregue ao público alvo.
Quando o bookstagramer têm um bom conteúdo, propostas de parceria começam a surgir, tanto de outros bookstagramers quanto de autores, na maioria, independentes. Normalmente ocorre uma oferta dos livros aos bookstagramers ou blogueiros literários parceiros e, com toda liberdade e franqueza, a pessoa aceita ou não. A questão é que, nesse tipo de parceria, a leitura, a resenha e a divulgação tomam um tempo e uma produção maiores por parte do bookstagramer ou blogueiro do que uma simples divulgação de página.
Normalmente, o autor não estipula um tempo de leitura nem tampouco dá orientações sobre como a resenha alheia deve sair. Isso fica a critério da parceria, sempre. Quando a parceria gosta do livro, o seu trabalho é prazeroso. Quando não, dependendo da disposição de ambas as partes, rola um feedback cuidadoso e carinhoso e uma resenha com ares imparciais. Com isso, entendemos que a parceria entre bookstagramers e autores, por vias normais, é positiva. No entanto, nem todo mundo opera assim e é aí que entra o X da questão.
Quando o autor ou sua assessoria passa a exigir que verdadeiros planos de guerra de marketing sejam elaborados e/ou cumpridos em nome de suas parcerias, para divulgação do seu trabalho, isso acaba extrapolando a boa vontade. Parceria é apoio, não serviço prestado.
Ao impor critérios e condições absurdas de parcerias, esses autores e suas assessorias acabam fazendo um serviço negativo sobre seu trabalho porque ninguém deseja ser pressionado ou se sentir culpado por não cumprir cláusulas que nunca foram formalmente fechadas.
É importante entender que bookstagramers não são funcionários do Instagram ou Goodreads ou qualquer outra rede social; todos nós temos as nossas próprias ocupações on e off line, e não existe obrigatoriedade de ficar alimentando essas redes com produção de conteúdo para torná-las interessantes e mais vendáveis e muito menos operar como assistentes voluntários a autores e editoras.
Eu tenho ótimas parcerias, não remuneradas, com bookstagramers e autores nacionais cujo trabalho me agrada muito. A maioria de autores e autoras com quem já trabalhei e trabalho são pessoas gentis e inteligentes, sempre simpáticos e muito atenciosos com suas parcerias e cujo sucesso perpassa, sem dúvida, por essa amabilidade e respeito que têm pelas pessoas.
E diante das perguntas angustiadas como "gente, é normal o autor parceiro pedir isso? É normal a assessoria dele exigir aquilo?", que me motivaram a escrever esse post, só me resta dizer que tudo o que vem por pressão, constrangimento ou coerção não é bom e não é justo.
Espero que este post contribua para uma reflexão saudável sobre o assunto, que passa pela responsabilidade e respeito consigo, com o outro e com o prazer puro e simples de ler.
Beijos,
Alguns relatos se destacaram pelo tom abusivo, pelo constrangimento e até coerção com que as parcerias estavam sendo tratadas por alguns autores e suas assessorias, o que estava deixando essas pessoas visivelmente angustiadas e confusas.
Então, acho que uma conversa sobre isso se faz necessária, pois está havendo, no entender geral, um equívoco por parte de alguns autores e suas equipes de apoio sobre a sua forma de relacionamento e promoção.
Um bookstagramer é, simplificadamente, uma pessoa física que se dispõe, em nome do amor à leitura e por livre e espontânea vontade, a administrar uma conta de instagram para produzir e promover conteúdo literário que ela consome, sem ganhar um picolé por isso - e sem certeza de que seu conteúdo será realmente entregue ao público alvo.
Quando o bookstagramer têm um bom conteúdo, propostas de parceria começam a surgir, tanto de outros bookstagramers quanto de autores, na maioria, independentes. Normalmente ocorre uma oferta dos livros aos bookstagramers ou blogueiros literários parceiros e, com toda liberdade e franqueza, a pessoa aceita ou não. A questão é que, nesse tipo de parceria, a leitura, a resenha e a divulgação tomam um tempo e uma produção maiores por parte do bookstagramer ou blogueiro do que uma simples divulgação de página.
Normalmente, o autor não estipula um tempo de leitura nem tampouco dá orientações sobre como a resenha alheia deve sair. Isso fica a critério da parceria, sempre. Quando a parceria gosta do livro, o seu trabalho é prazeroso. Quando não, dependendo da disposição de ambas as partes, rola um feedback cuidadoso e carinhoso e uma resenha com ares imparciais. Com isso, entendemos que a parceria entre bookstagramers e autores, por vias normais, é positiva. No entanto, nem todo mundo opera assim e é aí que entra o X da questão.
Quando o autor ou sua assessoria passa a exigir que verdadeiros planos de guerra de marketing sejam elaborados e/ou cumpridos em nome de suas parcerias, para divulgação do seu trabalho, isso acaba extrapolando a boa vontade. Parceria é apoio, não serviço prestado.
Ao impor critérios e condições absurdas de parcerias, esses autores e suas assessorias acabam fazendo um serviço negativo sobre seu trabalho porque ninguém deseja ser pressionado ou se sentir culpado por não cumprir cláusulas que nunca foram formalmente fechadas.
É importante entender que bookstagramers não são funcionários do Instagram ou Goodreads ou qualquer outra rede social; todos nós temos as nossas próprias ocupações on e off line, e não existe obrigatoriedade de ficar alimentando essas redes com produção de conteúdo para torná-las interessantes e mais vendáveis e muito menos operar como assistentes voluntários a autores e editoras.
Eu tenho ótimas parcerias, não remuneradas, com bookstagramers e autores nacionais cujo trabalho me agrada muito. A maioria de autores e autoras com quem já trabalhei e trabalho são pessoas gentis e inteligentes, sempre simpáticos e muito atenciosos com suas parcerias e cujo sucesso perpassa, sem dúvida, por essa amabilidade e respeito que têm pelas pessoas.
E diante das perguntas angustiadas como "gente, é normal o autor parceiro pedir isso? É normal a assessoria dele exigir aquilo?", que me motivaram a escrever esse post, só me resta dizer que tudo o que vem por pressão, constrangimento ou coerção não é bom e não é justo.
Espero que este post contribua para uma reflexão saudável sobre o assunto, que passa pela responsabilidade e respeito consigo, com o outro e com o prazer puro e simples de ler.
Beijos,
Mariana Mendes 💖