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terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Resoluções de Ano Novo


Feliz Ano Novo, queridíssimo/a leitor/a!!!

Este é um post rápido (aproveitando enquanto estamos sóbrios?) para compartilhar com você (enquanto está sóbria/sóbrio?) o que desejo, enquanto bookstagramer e (enquanto ter um site ainda é um $onho a ser concretizado) blogueira literária para o ano que se inicia.

Quando comecei o instagram do Toca da Leitura queria vender meus livros. Contudo, o plano rapidamente passou para outro estágio: atrair pessoas que não têm grandes hábitos de leitura, que não são ratos de biblioteca, livrarias e sites livreiros, que não gostam ou acham que não têm tempo de apreciar um bom livro, e quiçá, ajudá-los a se converterem em (bons) leitores. 

E é por causa dessas pessoas que eu não fiz um bookstagram de livros clássicos, livros filosóficos, de alto teor psicológico ou exclusivamente dedicado a autores escandinavos e japoneses, por exemplo. 

Sim, eu era esse tipo de leitora, porque comecei a ler muito cedo na vida e logo passei para os livros maduros. Era o que havia na minha adolescência. Machado de Assis, Fernando Pessoa, Clarice Lispector, Florbela Espanca, Camões, Saramago, Dostoiévski. Nada de J.K.Rolling ou Thalita Rebouças. Nada de vampiros, dragões ou jovens que se tornam guerreiras, disparando raios pelas mãos. Foi de Maurício de Sousa e Walt Disney para os grandes e os clássicos. 

Mas há milhões que não tiveram a mesma chance nem a mesma paciência ou curiosidade. E é essa turma que quero incluir no extraordinário e infinito universo da leitura. Portanto, preparem-se para bons projetos literários, resenhas mais críticas e muito texto por aqui e no @tocadaleitura. 

Desde o início do meu bookstagram, lançei o selo LIVRÃO do Toca da Leitura e quando um livro ganha esse título, compre e leia, sem receio! O selo já tem fãs ardorosos mas agora, entrarão no cardápio de resenhas livros medianos e até ruins. Motivo? O novo leitor também precisa aprender sobre isso. Precisamos reconhecer um autor preguiçoso, apressado ou mediano mesmo (incluindo o "book influencer" que resenha o quê não leu...). Saber escolher suas leituras é, para além de ler livros clássicos ou difíceis, saber reconhecer análises, livros e autores medianos -  e assim, evitar um repertório pessoal de livros medianos. Faz sentido? 

Uma das percepções que a experiência como mediadora do Clube de Leitores da livraria Leitura Teresina tem me dado é a de que um leitor experiente sabe extrair boas reflexões de qualquer livro.

Um leitor sabe quando o autor fez um bom trabalho de pesquisa e quando não desenvolveu os personagens. Sabe, inclusive, quando um livro "clássico" não é tão bom assim, mas era o que havia em sua época -  ou que a editora X precisava de um nome promocional e o sujeito foi laureado pela força do marketing. Um leitor entende o jogo. 

Considerando a facilidade e altíssima tolerância editorial atual, mais preocupada em sobreviver no mercado cada vez mais online do que exigir uma qualidade tolerável de expressão gramatical e de conteúdo, é o que podemos fazer para não deixar esse leitor à deriva, através da nossa longa experiência com tempos literários bem mais rigorosos. 

Vamos aos bons livros! 
E feliz 2020!


Beijos, 


Mariana Mendes 💖

terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Então é Natal...

Desde que cheguei de viagem, há um mês, tenho estado tão ocupada que quase fui pega de surpresa com a chegada do Natal. E quando tentei me lembrar com o quê tenho estado tão ocupada, pouca coisa realmente relevante me veio à mente. É uma armadilha, não é? Tenho a sensação de que as horas estão passando mais rápido, tenho tanto o quê fazer que até o tempo que passo com as pessoas e coisas que amo, têm estado contado. 

Hoje, ouvi algo de uma vendedora que me deixou intrigada: "Nem parece que é Natal, não é? Não sei...não estou sentindo aquele clima especial de Natal...as pessoas estão tão estressadas e grosseiras...quase não vemos enfeites de Natal...está estranho."

Sim, o tempo está esquisito. Tenho lido sobre pessoas comparando Jesus Cristo com políticos de direita e de esquerda (o que, pra mim, é absurdo); Há árvores de Natal, das simples às luxuosas, com bolas, pirulitos, laços, anjos, duendes, ursinhos, neve falsa - mas não vejo a Sagrada Família em lugar nenhum. Em quê estamos permitindo que o Natal se transforme?

E ao pensar nisso, só me veio uma coisa em mente: temos o Natal proporcional ao Cristo que cultivamos em nós, em casa, com os outros. E esse ano, não está especial...porque talvez a nossa comunhão não tenha sido especial.

Comecei 2019 desejando me aproximar mais de Deus. Cresci em um lar Católico-Kardecista, escolhi a Igreja Católica Apostólica Romana como lar espiritual e venho me lapidando no trabalho voluntário através das Senhoras de Caridade de São Vicente de Paulo, associação a qual faço parte desde 2014 (e que acompanho desde 2004, período em que acompanhava a minha mãe, uma das fundadoras do Núcleo Rainha dos Apóstolos, em seus trabalhos e visitas). Mas esse ano, eu queria estudar a Bíblia, de verdade. Queria ter uma frequência melhor às missas, compreender melhor os ritos da minha Igreja. E assim, me dediquei a estudar e a trabalhar para ser uma católica “praticante”. E me surpreendi com o quanto não sabia sobre os ritos, sobre a Bíblia e sobre Cristo. Você não acreditaria nas portas que me foram abertas esse ano, na dimensão da compreensão das coisas...é um game change. Não dá pra explicar e eu não explicaria se pudesse. Cada um de nós precisa usar os próprios pezinhos para subir os seus degraus nessa incrível jornada espiritual. 

E nessa altura do ano, no dia de Natal, eu me dou conta das coisas que eu desejava ter e não tenho: uma família reunida. Amigos felizes. Hospitais vazios. Uma perspectiva positiva e pacífica do mundo e das coisas para o ano que vem. No entanto, acordarei em 2020 com os mesmos problemas: pai falecido, família em outro continente, amor que não chega (e as grosseiras investigações e suposições sobre a minha vida particular), amigos separados para sempre pelas malditas posições políticas, livro difícil de vender, novo livro difícil de escrever (e provavelmente de vender), as dores cervicais de minha mãe que não posso dar jeito, um plano de saúde cada vez mais caro e muito trabalho irrelevante nas minhas costas.

Hoje, eu e minha mãe começamos cedo a preparar os doces para a ceia de Natal, é nossa tradição. Por causa da idade, ela deixou de preparar o jantar. Mas nós fazemos as rabanadas e a torta de maçã, com as receitas da minha avó. A casa está limpa e cheirosa, há uma Sagrada Família em cada canto da casa e teremos ido à Missa quando você ler esse texto.

E terei ido para a cama pensando em quantas vezes deixei Jesus nascer em minha mente, coração e gestos, ao longo do ano. Quantas vezes me questionei ou me disciplinei a ser mais misericordiosa, empática e generosa com as pessoas à minha volta. Meu palpite é de que, se todos nós tivéssemos feito isso realmente, teríamos um clima de Natal melhor – e a vendedora não teria se queixado da falta de espírito natalino.

Pedi perdão? Dei o perdão? Agi com correção e justiça? Realmente? Cuidei? Preservei? Respeitei? 
Estou satisfeita com a minha relação pessoal com Jesus Cristo? Com minha religião, como um todo? Com a sociedade onde estou agora?

Acho que essa reflexão já dá uma boa lista de resoluções para o Ano Novo. Há mais, mas agora vou cuidar dos meus gatos.

Tomara que as suas reflexões tenham sido mais tranquilas (*risos). E espero, sinceramente, que você tenha se aberto para Cristo nascer em seu coração. Isso se refletirá nos seus pensamentos, palavras e ações. Espero que você faça parte da parte da sociedade que fará 2020 um momento melhor e com mais espírito natalino do que o que tivemos. Espero que você crie tradições natalinas com sua família e amigos. Quem sabe você virá me contar sobre isso no próximo Natal? 

Deixo o meu desejo de que você e sua família, seja ela quem for, onde quer que esteja, tenham um Feliz e abençoado Natal. Viva o menino Jesus! 



Beijos, 

Mariana Mendes 💖





quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

A Incrível Loja do Sr. Santos: Mercador de Veneza


Olá amores!

Passei uns dias em Lisboa recentemente e caminhando pelo Baixo Chiado, descobri, por acaso, uma loja super charmosa com artigos de decoração incríveis, chamada Mercador de Veneza.

A Mercador de Veneza é um garimpo de coisas formosas, de enlouquecer qualquer pessoa de bom gosto. Aí, conversei com o Sr. Santos, que é o proprietário, pessoa fina, simpaticíssimo, sobre o funcionamento da loja e de como eles encontram artigos tão lindos.


















Ele e a esposa gerenciam a loja desde 1994 e a maior parte das peças são garimpadas pessoalmente por eles em feiras internacionais. As tapeçarias são belgas, as caixas de música são alemãs, há muita cerâmica italiana e portuguesa, por exemplo, seguindo as preferências dos clientes. 


Segundo o Sr. Santos, a principal dificuldade de quem visita a loja e não vive em Portugal é como levar as peças; se vivem dentro da União Européia, eles conseguem enviar pelos Correios. Fora da UE, surgem taxas de importação que, por vezes, inviabilizam o envio (e eu mesma tenho experiências com o nosso Correios, cujas taxas de importação foram duas vezes mais caras que o produto em si. 💁)




Cada peça é minunciosamente escolhida e organizada e devo dizer a vocês, que a loja é linda e é impossível sair de lá sem levar nada.

A loja funciona das 10h às 20hs (com horários especiais no Natal e no verão), incluindo sábados e domingos.

Amei conhecer um pouco da história do Sr. Santos, que vem bravamente lutando contra a massificação de produtos pirateados. Suas peças têm bom gosto, bons preços e transformam qualquer ambiente. Hoje, prefiro garimpar lojas autênticas como a Mercador de Veneza a adquirir produtos de baixa qualidade em lojas de péssima apresentação, que podem ser encontradas aos montes nas "rotas turísticas" de Lisboa.


Quando viajo, sempre procuro fugir um pouco dos lugares comuns e garimpar lojas onde posso adquirir bons produtos e ouvir histórias lindas como a do Sr. Santos. Acho essas experiências são mais enriquecedoras, mais inspiradoras. É legal ir ao shopping, mas esses cantinhos, pra mim, são de um sabor único. 











Eu não resisti a essa bússola maravilhosa e a trouxe comigo, além de ovos de pedra que ficaram fantásticos dentro de um vaso (se vocês não sabem, eu coleciono pedras! Mas isso é um assunto para outro post, haha)




Deixo a página do Mercador de Veneza no Facebook e espero que, ao visitar Lisboa, não percam a oportunidade de enlouquecer nessa pérola de loja! Obrigada Sr. Santos!



Beijos,

Mariana Mendes 💖

terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Questões sobre Os Catadores de Conchas

Olá pessoal!

Com a discussão sobre Os Catadores de Conchas que tive com o clube de Leitores da Livraria Leitura, há uns meses, pude tirar algumas coisas particularmente interessantes que vou compartilhar com vocês, na esperança de que lhes seja útil em alguma discussão sobre o livro.

Bom, eu dividi a história entre a vida da Penélope jovem e a Penélope idosa; uma é filha de um casal de artistas (mas não exibe a mesma personalidade vibrante de seus pais, ao contrário, ela parece apenas uma expectadora do que eles fazem, dizem e produzem) que sobrevive a II Guerra (e nesse momento, a dinâmica da casa de Penélope muda completamente), faz um casamento estranho (ela não está perdidamente apaixonada, mas apenas se acomoda na situação que lhe é perturbadora e quando os filhos chegam, ela se distancia deles ainda na primeira infância, como se sua falta de amor pelo pai deles fosse justificativa para sua falta de sentimento) e a outra é idosa, vive sozinha por opção mas se preocupa com os filhos adultos, que se tornaram pessoas egoístas e estreitas. 

A perspectiva da Penélope jovem é muito diferente da Penélope idosa, porque seu mundo está atravessando uma guerra, várias restrições são feitas em sua vida, a configuração familiar muda para pior. A Penélope idosa, ao contrário, parece muito satisfeita com a vida que leva, entre receitas de tortas, chás e jardinagem. Porém, aqui entram os filhos dela, Nancy, Olívia e Noel, cada um com defeitos de personalidade tão realçados que chegam a ser caricatos. 

É interessante observar como eles se agrupam e separam uns dos outros, conforme os próprios interesses. A estrutura familiar de Penélope é tão estranhamente palpável em tempos de falta de empatia e generosidade que chega a ser desconfortável a falta de pirlimpimpim da autora em resolver as tretas familiares com uma solução bonita e positiva. Essa mágica não acontece. 

Penélope e o leitor são obrigados a lidar com esse fato: Nancy e Noel, principalmente, são incapazes de enxergar a mãe ou a relação que deveria existir entre eles. Olívia é quem mais se aproxima - ainda que de modo meio vago - ao que a mãe esperava que acontecesse com os filhos. 

Os Catadores de Conchas dão uma discussão fantástica pois podemos explorar valores familiares de várias maneiras, além da perspectiva de fechamento de ciclo de vida de Penélope, que é muito emocionante (e em parte porque esse fechamento se torna possível graças a dois elementos estranhos mas que se tornam familiares: Antonia e Danus. Ela é filha de um ex-namorado de Olívia e acaba de ficar órfã. Sem rumo, a jovem acaba indo passar um tempo na casa de Penélope, onde o novo - e misterioso - jardineiro está trabalhando. 

O livro tem o poder de nos fazer refletir sobre as relações familiares e sociais, lembrando que o fechamento do ciclo da vida chega para todo mundo e o final pode depender da nossa habilidade - e disposição - para ser mais ou menos feliz. Mas não podemos controlar o outro. Nem sempre conseguimos mudá-lo. Sobra ter paciência, respeito e a torcida para que os milagres aconteçam. 



Beijos, 

Mariana Mendes 💖








quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Dica Literária: Os Catadores de Conchas, de Rosamunde Pilcher

Boa noite, gente! 

Os Catadores de Conchas foi a dica literária dessa semana, no insta do Toca, e aqui vamos estender a prosa um pouco mais. Também na seção Tricks and Tags, você vai encontrar questões, curiosidades e passagens interessantes para lançar no seu caderno de leituras, levantadas durante o encontro com o grupo de leitores e foi um momento muito rico. 

Esse foi o primeiro livro de Rosamunde Pilcher que li; foi uma escolha do Clube de Leitores da Livraria Leitura Teresina (o último antes da loja fechar, passar por reforma e reabrir, lindona) e por ser um livro imenso, confesso que fiquei meio apreensiva, pois estava com viagens agendadas e algumas leituras particulares em andamento. Mas como ele fluiu! Isso, pra mim, é um bom sinal: quando o livro é fisicamente enorme (e este é um tijolo) mas piscou, terminou a leitura! Dá aquele gostinho de "Já acabou? Como assim? " 

A história se passa em Londres e na Cornualha, da Segunda guerra até meados dos anos 1980, porque acompanha a vida presente e as memórias da personagem Penélope Keeling. 

Quando a conhecemos, ela é jovem e vive com seus pais em um lugar meio bucólico. Filha de pais artistas, sua criação é diferenciada em relação às famílias locais, o que lhe confere uma leveza de alma que beira a indiferença em muitas situações. As coisas se tornam complicadas quando a guerra estoura e ela precisa lidar com perdas, dificuldades de todas as formas, um casamento esquisito e a maternidade confusa. 

Entre os poucos bens que sobraram dos bons tempos está um quadro intitulado "Os Catadores de Conchas", pintado e deixado como herança por seu pai, Lawrence Stern, famoso pintor que viveu e morreu em Cornualha. Essa pintura guarda muitos símbolos para Penélope, mas o tempo passa e agora, seus filhos planejam vender o quadro que, atualmente, vale uma fortuna. Quando os filhos adultos de Penélope entram em cena, as coisas começam a ficar interessantes, pois o leitor se pergunta constantemente como alguém como ela, que precisou ser valente e acolhedora tantas vezes, e se mostra uma senhora tão calorosa, pode ter tido filhos tão horríveis. 

Nancy, a primogênita, tem dois filhos rebeldes e um marido ausente em todos os sentidos; Olívia é a mais bem sucedida entre os irmãos, mas tão indiferente quanto eles - e Noel é um rapaz bonito, bon vivant e ambicioso, que simplesmente não gosta de pegar no pesado mas não sabe exatamente o quê fazer da vida. Diante desse cenário, obviamente, rapinar o que a mãe tem de valor não parece má ideia. 

Penélope sabe que não foi uma mãe extraordinária e talvez por isso, ela prefira viver distante dos filhos, na velhice. Porém, quando dois jovens chegam em sua vida, Penélope começa, instintivamente, a buscar a cura para as culpas, através de ações redentoras e fechamento dos laços afetivos de sua família. Antônia, filha de um ex-namorado de Olívia que morreu inesperadamente, e Danus, um jardineiro trabalhador, com um passado meio misterioso, provocam em Penélope a necessidade de reparar, da melhor forma, os danos emocionais em seus filhos. 
Mas haverá tempo? Haverá espaço? Haverá disposição? 

Rosamunde Pilcher inunda o leitor com chás e gostosuras enquanto desfia o duelo de Penélope contra a perfídia de seus filhos - bom, de Noel e Nancy. E é uma passagem muito triste, ver que só boa vontade não basta para acertar os prumos de uma família que nunca aprendeu a amar. 

Eles se invejam, se cobram, se acusam e só se unem para tramar melhorias em benefício próprio. É claro que qualquer mãe sofreria com isso, mas Penélope mantém a serenidade. Ela corta na carne, sabendo que será mal interpretada, mas o faz com a consciência de que está fazendo o que é justo. 

E uma das grandes lições que tirei desse livro é que muitos de nossos sofrimentos são, de muitas formas, causados por nós mesmos. Como podemos ser tão mesquinhos, pequenos, imaturos, como perdemos a visão do bom caminho facilmente...

O leitor se aflige com os rumos dos filhos de Penélope, com sua pequenez de espírito, mas não é a toa que a autora sustenta a trama sem passes de mágica. As lições estão justamente aí. 

E uma mulher que viveu gloriosamente até os 94 anos, deve saber das coisas, não é? 




Beijos,

Mariana Mendes 💖




































terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Ultra Glam!


Oi amores!

Não sei se vocês sabem, mas eu adoro moda, Design de Moda é uma das minhas graduações e esta seção é voltada a esse universo criativo, dinâmico, sedutor, lucrativo, necessário e trabalhoso. Muito trabalhoso.

A minha relação com a moda vem de cedo e começou na minha família; meu pai e minha avó sempre foram minhas referencias de elegância, bom gosto e moda atemporal. Cresci cercada por revistas de moda nacionais e internacionais - e nesse tempo, estar na moda era estar além de bem vestido, estar afinado com boas maneiras, cabelos, pele e unhas perfeitas, tom de voz adequado, expressões escrita e verbal elegantes e por aí vai. A roupa complementava o que você trazia em si mesmo. Era o toque final.

Porém, conforme fui descobrindo ao longo dos anos, o ambiente e o contexto onde você está podem influenciar muito o seu estilo e não é a toa que, muitas vezes, passamos por "fases" de estilo. Isso é normal, pois faz parte do nosso crescimento e amadurecimento também.

No período em que vivi em João Pessoa, por exemplo, me deixei contaminar com a sua vibe meio bicho-grilo e, naquela vida praiana e universitária, adotei vestidos indianos e peças adquiridas em feiras alternativas, por exemplo. Ao voltar à Teresina, precisei readaptar totalmente meu estilo, porque não temos a pegada praiana por aqui e eu precisava ter uma apresentação mais profissional - e consequentemente, mais formal. E foi a partir daí que as peças de alfaiataria começaram a fazer parte do meu repertório de moda.

Conforme o tempo foi passando, meu estilo foi aprimorando - inclusive porque fui estudar moda! - e entender o processo de moda mudou para sempre a minha maneira de compreender e encarar esse universo.

Acho que todo mundo precisa ter noções de moda - e se você pensar que a História da Moda é também parte da história da Humanidade - para aprimorar sua forma de se comunicar. Ah sim...Moda é comunicação pura!

E você? O que é moda pra você e como se relaciona com ela?
Conta aí!



Beijos,

Mariana Mendes 💖

quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Filmes & Séries

Olá pessoal!

Na seção Filmes & Séries vou trocar umas idéias com vocês sobre aventuras cinematográficas e televisivas, que provavelmente fizeram parte das nossas vidas e deram histórias para contar.

O universo cinematográfico, para mim, começou com as produções da Disney, do Maurício de Souza e dos Trapalhões. Xuxa veio logo depois. E essas produções eram alternadas com as grandes séries de TV que a gente tinha acesso: Charles Chaplin, O Gordo e o Magro, Dallas, Casal 20, Magnum, McGiver, Anjos Rebeldes e por aí vai.

Não vou dar uma de nostálgica mas aquele período foi especial, porque a televisão a cores era uma grande novidade. Quem vê os programas da Xuxa pelo Youtube hoje não faz ideia de como aquele cenário era vibrante! Tudo era cor e cintilância!

E na época, havia uma outra especialidade que, atualmente, está ficando esquecida: os filmes pegavam o espectador pelo coração.

Quem nunca se acabou em lágrimas assistindo Benji (o de 1974, please)? Nesta cena específica:

Se puderem encontrar esse filme, sugiro que assistam. É de lascar o coracílio.

Sentiram a vibe desta seção? Pois é aqui que vamos relembrar nossos filmes favoritos, descobrir pérolas cinematográficas, evitar as bombas e discutir sobre as produções atuais e claro, falar do Oscar, das produções independentes, dos atores e atrizes, figurinos e das adaptações literárias que tanto nos angustiam! 

Beijos, 


Mariana Mendes 💖











terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Carta ao Leitor


Olá Leitores!


Resolvi escrever essa carta para me apresentar e falar um pouquinho do projeto do Toca. 


Eu sou Mariana Mendes, criadora do Toca da Leitura. Quem me conhece sabe que eu e o cometa Halley temos algo em comum: só aparecemos em público a cada 75 anos. Porém, acho válido contar a vocês um pouco da minha trajetória, do meu trabalho e das cenas futuras que desejo para o Toca da Leitura. Aliás, A Direção é o marcador que vai guardar esse tipo de conteúdo por aqui.


Sou formada em Psicologia pela UFPB e fiz duas pós-graduações, pela UFPI. Atuei ao longo de 8 anos em três frentes: Gestão Humana, Gerontologia Social e paralelamente, atuei na parte política da minha profissão. 


Até aí, você deve se perguntar: "Ah! Então foi a Psicologia que moldou a escritora?"


E a resposta é não. Não totalmente.


A leitura sempre esteve presente e segundo testemunhas, aprendi a contar histórias antes de aprender a ler. Escrever foi uma consequência dos meus primeiros anos de vida que tiveram, na música, a sua grande inspiração. Aos 10 anos, eu escrevia as minhas próprias historinhas - e meus animais quase sempre eram os protagonistas. Aos 15, eu fazia as "agendas", versão raiz dos planners; as minhas guardavam, além dos registros pessoais, colagens com legendas engraçadas, igual ao que vocês vêem nos stories do Toca. 


Meus pais foram, é claro, a maior influência; ambos eram leitores ávidos e ter uma biblioteca em casa era o nosso privilégio. Aos domingos, a família saía para comprar revistas e quadrinhos em bancas de jornais, hábito que, posteriormente, passou para visitas às livrarias. Líamos muito, conversávamos muito sobre o que líamos e buscávamos extrair da arte que podíamos acessar, o que nos fosse mais instrutivo e inspirador.  


Em 2007, comecei um blog, para escrever poesia e entrevistar a turma do Faça-Você-Mesmo. Quase não o divulgava mas alguns amigos acessavam e de algum jeito, um público leitor apareceu: inacreditáveis 1200 pessoas, para ser mais exata. Muitos dos poemas que escrevi no Hot Chocolat, meu bloguinho que já não existe, foram parar no meu primeiro livro, Amaríssimo


O ano de 2011, foi um ano de mudanças profundas na minha vida. Fui cursar Design de Moda, no mesmo período em que meu pai recebeu um diagnóstico fatal. Paralelamente ao curso e às indas e vindas aos hospitais, fiz uma pós em Negócios de Moda e participei, em grupo, do concurso de Novos Designers do Dragão Fashion Brasil, o evento de moda mais importante do Nordeste - e ali fiz minha primeira coleção, que se chamou "Formas & Movimentos", inspirada no processo artesanal de arte em cerâmica do Piauí. E já nesse período, começei a escrever. Muita coisa foi produzida desde 2010, ainda sem fins de publicação. Com tudo isso acontecendo, resolvi pausar a Psicologia, como profissão. 

Em 2013, passado o turbilhão, fui reunir os caquinhos. E desse período de solidão e recolhimento, foi nascendo o Amaríssimo, cujo manuscrito foi entregue a um amigo, escritor e professor de Literatura para que ele fizesse a apresentação desse possível livro. Assim, em 2014, recebi meu manuscrito de volta, com um convite da editora Quimera, de Teresina, para publicá-lo. Foi o ano em que também me tornei, oficialmente, a caçula das Senhoras da Caridade de São Vicente de Paulo, em Teresina. 


O tempo passou e como escritora, tenho dois livros publicados: Amaríssimo (Editora Quimera, 2015) e O Caldeirão (que saiu pela minha editora, em 2017; atualmente encontra-se esgotado, mas vamos ter nova tiragem!), ambos lançados também na Feira do Livro de Lisboa, em 2015 e 2018, respectivamente. E agora? Agora vem aí Storm Out! 


Entre um livro e outro, trabalho com editoração (gerenciamento de produção literária), preparação de texto, faço os encontros do Clube de Leitores da livraria Leitura Teresina e do Toca da Leitura, além de gerenciar a vida do Toca da Leitura, pelo insta e agora, pelo blog. Também estou começando o @TocadaCultura_, nosso novo espaço para vendas. 

O bookstagram @tocadaleitura está completando dois aninhos e é um espaço feito com muito amor, com fotos autorais, uns stories muito doidos e com resenhas muito particulares de livros escolhidos a dedo.



Sobre o Toca da Leitura



Meu bookstagram nasceu com um propósito. 
Em Maio de 2017, a livraria Leitura de Teresina me fez um convite muito carinhoso para criar, organizar e mediar o seu clube de leitores. Muita gente queria mas não conseguia participar nos dias e horários dos encontros e foi essa dificuldade que me inspirou a criar um grupo, via aplicativo, para reunir as pessoas e facilitar a divulgação. Esse grupo recebeu o apelido de Toca da Leitura. Daí para o bookstagram foi um pulo e assim, nascia o @tocadaleitura. 

Não demorei a perceber que podia oferecer uma visão particular das minhas leituras favoritas às pessoas que não têm hábito ou tempo de ler. A minha facilidade em contar histórias e a minha carga de leitura me permitia entregar mais que uma sinopse, mas uma história saborosa e instigante e os resultados começaram a aparecer...

Outra dificuldade que espero vencer através do blog, considerando a minha experiência como escritora independente, é sobre a divulgação e distribuição de livros nacionais independentes. E vamos conversar muito sobre isso por aqui. 

E ao final desses anos de Toca da Leitura, outras necessidades estavam nascendo. Quando me dei conta, tinha assuntos e motivos de sobra para criar mais canais para compartilhar leituras com pessoas que estejam a fim de somar! 

E temos o @tocadacultura_ para quem quer adquirir livros semi-novos por preços agressivamente competitivos, então, caprichem nos garimpos, que a gente não faz reserva! 


Leitores, por hora, a gente combina o seguinte: 


Livro não é tempo perdido. 

Livro é investimento e hábito dos mais saudáveis.

Não existe livro chato. Existe livro errado, no momento errado. 


Leitura é prazer e não tem a ver com acumulação ou pressão. 

Eu AMO ter um livro nas minhas mãos. Adoro falar sobre o enredo, os personagens, destrinchar os seus motivos, chorar, gargalhar, investigar...e adoro fazer resenha e compartilhar essas observações com outros leitores. Então, espero que o Toca da Leitura, agora na sua versão blog, nos enriqueça, atraia pessoas participativas que somem com a gente e que nos permitam somar com elas. 


Os dispostos se atraem, afinal.



Mariana Mendes 💖