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terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Resoluções de Ano Novo


Feliz Ano Novo, queridíssimo/a leitor/a!!!

Este é um post rápido (aproveitando enquanto estamos sóbrios?) para compartilhar com você (enquanto está sóbria/sóbrio?) o que desejo, enquanto bookstagramer e (enquanto ter um site ainda é um $onho a ser concretizado) blogueira literária para o ano que se inicia.

Quando comecei o instagram do Toca da Leitura queria vender meus livros. Contudo, o plano rapidamente passou para outro estágio: atrair pessoas que não têm grandes hábitos de leitura, que não são ratos de biblioteca, livrarias e sites livreiros, que não gostam ou acham que não têm tempo de apreciar um bom livro, e quiçá, ajudá-los a se converterem em (bons) leitores. 

E é por causa dessas pessoas que eu não fiz um bookstagram de livros clássicos, livros filosóficos, de alto teor psicológico ou exclusivamente dedicado a autores escandinavos e japoneses, por exemplo. 

Sim, eu era esse tipo de leitora, porque comecei a ler muito cedo na vida e logo passei para os livros maduros. Era o que havia na minha adolescência. Machado de Assis, Fernando Pessoa, Clarice Lispector, Florbela Espanca, Camões, Saramago, Dostoiévski. Nada de J.K.Rolling ou Thalita Rebouças. Nada de vampiros, dragões ou jovens que se tornam guerreiras, disparando raios pelas mãos. Foi de Maurício de Sousa e Walt Disney para os grandes e os clássicos. 

Mas há milhões que não tiveram a mesma chance nem a mesma paciência ou curiosidade. E é essa turma que quero incluir no extraordinário e infinito universo da leitura. Portanto, preparem-se para bons projetos literários, resenhas mais críticas e muito texto por aqui e no @tocadaleitura. 

Desde o início do meu bookstagram, lançei o selo LIVRÃO do Toca da Leitura e quando um livro ganha esse título, compre e leia, sem receio! O selo já tem fãs ardorosos mas agora, entrarão no cardápio de resenhas livros medianos e até ruins. Motivo? O novo leitor também precisa aprender sobre isso. Precisamos reconhecer um autor preguiçoso, apressado ou mediano mesmo (incluindo o "book influencer" que resenha o quê não leu...). Saber escolher suas leituras é, para além de ler livros clássicos ou difíceis, saber reconhecer análises, livros e autores medianos -  e assim, evitar um repertório pessoal de livros medianos. Faz sentido? 

Uma das percepções que a experiência como mediadora do Clube de Leitores da livraria Leitura Teresina tem me dado é a de que um leitor experiente sabe extrair boas reflexões de qualquer livro.

Um leitor sabe quando o autor fez um bom trabalho de pesquisa e quando não desenvolveu os personagens. Sabe, inclusive, quando um livro "clássico" não é tão bom assim, mas era o que havia em sua época -  ou que a editora X precisava de um nome promocional e o sujeito foi laureado pela força do marketing. Um leitor entende o jogo. 

Considerando a facilidade e altíssima tolerância editorial atual, mais preocupada em sobreviver no mercado cada vez mais online do que exigir uma qualidade tolerável de expressão gramatical e de conteúdo, é o que podemos fazer para não deixar esse leitor à deriva, através da nossa longa experiência com tempos literários bem mais rigorosos. 

Vamos aos bons livros! 
E feliz 2020!


Beijos, 


Mariana Mendes 💖

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