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quinta-feira, 28 de maio de 2020

Toca da Leitura Entrevista...Camila Dornas!

Olá pessoal!

Esse mês conversei com uma das escritoras nacionais contemporâneas mais bacanas do universo Bookstagram, Camila Dornas. 




Camila mora em Brasília, é casada e é formada em Letras. É professora de inglês e tem trabalhos como tradutora. Aos 16 anos, publicou seu primeiro livro, A Linhagem, pela editora Novo Século e aos 18, seu segundo livro, Subconsciente (tem resenha dele no @tocadaleitura, inclusive). Sempre de bom humor, Camila se descreve como uma "viajante, amante de café e eventual assassina de personagens". 

Então, bora para o bate papo cultural do Toca!

1.    Camila, o que te levou a ser escritora e como adaptou sua rotina para a escrita? 

Sempre amei escrever. Os livros são um refúgio para quando as coisas ficam complicadas, e algo que sempre me trouxe alegria. Mas só decidi ser escritora por causa de uma professora que leu uma história minha e me incentivou a levar a escrita adiante. Hoje em dia, tento ter uma rotina bem definida. Escrevo pelo menos uma hora por dia, sem distrações.

2. Você estuda escrita? Que livro você indicaria para quem quer começar a escrever?

Estudo sempre. Acho que é uma parte essencial do trabalho como escritor e algo muito importante pra se aprimorar. Um livro que mudou a minha vida foi “Sobre a escrita” do Stephen King.

3.    Qual livro te deu mais trabalho para escrever? É qual fluiu mais facilmente? Por que?

O livro mais trabalhoso que já escrevi foi Paraísos Selvagens. É um romance que se passa durante a Ditadura Militar no Brasil, e todo o trabalho de pesquisa foi extenso e complicado, pois tive que fazer entrevistas e me emocionei muito com todo o processo. O que fluiu mais facilmente foi O Violino Escarlate, meu lançamento de julho, porque foi uma história mais leve e mais gostosa de escrever.


4.    Alguns leitores reclamam que você mata personagens sem dó! Como lidar com os apegos e desapegos nesse universo?

Eu? Matar? Eu sou um anjo (haha)
Acho que quando a morte do personagem é necessária para o enredo é mais fácil, mas juro que me emociono com cada morte e gosto de dar finais felizes, apesar de todas as maldades que faço com eles durante a história.


5.    Os seus livros são marcados por personagens femininas fortes e bem posicionadas. Que mensagem você deseja passar ao seu público com elas? 

Quero que cada um dos meus leitores veja nas minhas personagens femininas uma fonte de inspiração. Espero que elas possam passar pra vocês que tudo é possível, se você acreditar e estiver disposta a lutar pelos seus sonhos. Nada me motiva mais a escrever do que mulheres independentes e incríveis.

6.    Se já recebeu, como lida com a crítica negativa? Já tem haters? Como lida?

Acho que nunca tive um hater, mas sempre há críticas. Geralmente encaro isso de maneira bem tranquila, pois acredito que é impossível um livro agradar a todos. Tem gente que odeia meu livro favorito, então se alguém não gosta de alguma de minhas obras, eu entendo e tento aprender com as críticas e focar nas pessoas que se apaixonaram pelas minhas histórias.

7. Muitas pessoas pensam que as personagens são facetas dos autores. O que você pensa sobre isso?

Acho que todos os personagens, principalmente os protagonistas, carregam em si um pouco do autor. É claro que há um limite pra isso, e os personagens são independentes e únicos. Um bom autor consegue criar personagens totalmente diferentes de si mesmo, e convencer o leitor que ele é quase real.

8. Como você trabalha a sua inspiração e criatividade e lida com bloqueios? 

Busco inspiração em tudo: filmes, livros, séries, histórias que observo e escuto, e, é claro, nas minhas próprias experiências. Quando bate o bloqueio, geralmente absorvo produções artísticas no estilo que quero escrever, tiro um tempo para relaxar, passo um tempo com o maridão, e aos poucos o bloqueio some.

9. Que autores/as você mais admira e por que? 

São tantos que é impossível escrever todos. Mas uma grande fonte de inspiração pra mim é o Mauricio Gomyde, um autor nacional de romances com uma narrativa que toca minha alma e diálogos imbatíveis. Também sou muito fã da Sarah J Maas pela construção de personagens impecáveis dela. Outros autores que admiro são: Renata Christiny, Samantha Holtz, Scott Fitzgerald, J.k Rowling e John Boyne.

10. Conte-nos sobre o seu recente lançamento e como está sendo a relação com a sua editora; o que mudou no seu trabalho a partir daí? 

Estou adorando trabalhar com a The Books. A emoção de ter 100 Canções para Salvar sua Vida em mãos é inexplicável, e mal posso esperar para vê-lo chegar na casa de vocês. Acho que o que mais muda com o lançamento por editora é o alcance do seu trabalho. Muita gente prefere ler o físico, e não dá pra negar que é maravilhoso poder cheirá-lo, tê-lo na estante haha. (Confesso que a capa de 100 canções é minha favorita.) Vou dar um spoiler: Tem mais um lançamento chegando em julho, O Violino Escarlate, e a capa está perfeita. 

(*A resenha de 100 Canções para Salvar sua Vida vai estar, em breve no @tocadaleitura! Aguardem! *)



Camila Dornas, muito obrigada por participar do Bate-Papo Cultural do Toca da Leitura! Fico muito feliz em poder mostrar mais do seu trabalho aos leitores da Toquinha!

Foi um prazer bater esse papo com você. Obrigada pela oportunidade e um beijo no coração de todos os leitores que vieram aqui me conhecer um pouquinho melhor. 💗



É isso, gente, espero que vocês tenham gostado da conversa. Fiquem atentos ao trabalho da Camila, porque é muito bom. Eu adorei a conversa, faz um tempão que a gente pensava em fazer esse bate papo e espero trazer outras novidades sobre o trabalho dela por aqui.

Um beijo, 


Mariana Mendes 💖






quinta-feira, 21 de maio de 2020

No ar: Saudade, por Luciana Luz

Esse texto vivifica a saudade. 
Há muito pensado, planejado, reimaginado. Na mais profunda saudade - nasceu. 

Perto do Natal de 2019, fiz uma rápida viagem a São Paulo. Depois de cumpridos os objetivos da mesma, reservei tempo para procurar umas lembranças para queridas amigas, as quais o sentimento de apreço transcendiam a distância.

Para algumas, a tarefa foi simples, para outras exigiu mais reflexão, busca - um garimpo carinhoso. Duas, em especial, me deixaram intrigada. Eu não sabia exatamente, só pistas - artesãs, mães, criativas, amorosas e especiais. Entrei em várias lojas de artesanato, sem me decidir bem. Por fim, optei por dois conjunto de agulhas coloridas de crochê. Escolhi, insegura, ainda. Para mim, algo insignificante para o sentimento dedicado a elas. 

Só percebi o quanto havia acertado quando recebi amorosas mensagens de texto: uma delas só admirava as agulhas, sem coragem de usar e a outra havia dormido abraçada ao estojo.

Algo pequeno para mim e enorme para elas.

Assim, há algum tempo penso em significados e significações.

Os significados são, revelam aquilo que é. Às significações desvelam-se segundo minhas impressões, sensações, dos meus filtros psicológicos, contingências, interacionais.

A partir dos significados, conheço o mundo. 

Segundo as significacões, construo meu mundo.

Sob a perspectiva dos significados posso ter coisas, mera objetificação. As significacões me permitem gostar da maciez e aconchego de determinada roupa, do conforto de sapatos gastos, do cheiro específico de infância incitado pelos jasmins, tornar especiais algumas pessoas na minha vida. 

Situações são marcantes por suas significacões e formam minhas memórias, dão escopo a sentimentos - assim, as acácias me divertem, chuvas passageiras evocam  nostálgicos sorrisos.

Por meio das significacões, amo - intensamente - os cheiros dos meus filhos, o sorriso e o bom humor do meu marido contrabalanceando meu temeroso e ressabiado olhar. 

Neste contexto, tenho saudades da voz, do colo, das preocupações de minha mãe; dos desafios do trabalho; dos rodopios, do equilíbrio, da sensação única de esforço e leveza do balé. 

Perante a significação dói a ausência de amigas queridas, de cafés no trabalho, ou em qualquer outro local, apressados, marcados, desmarcados e remarcados, repletos de ausência - de tempo.

E, hoje, tanto tempo e tanta saudade.

O significado é cru.
A significação é essencial.


Luciana Luz

@lucianafmluz


A Luciana Luz faz parte do grupo de leitores do Toca e do Clube de Leitores da Leitura Teresina e do colégio até aqui, lá se vão décadas de amizade. A apresentação dessa colab, no entanto, é dela por ela:

"Uma pessoa multifacetada.  
De formação (rapidinho para não parecer curriculum vitae), Filosofia (2000), Direito (2008), especializações em Psicopedagogia (2005) e Atendimento Educacional Especializado (2018). 

Professora efetiva da SEDUC-PI não atuante (diretamente) em sala de aula. Designada, por Deus e pelos homens, para outra missão trilhar pelos caminhos desafiadores e surpreendentes do TEA (Transtorno do Espectro Autista). Há dez anos atuando na área; à priori, atendendo como Psicopedagoga, atualmente, na gestão pedagógica. 

Casada há dezoito anos e  tenho dois pedaços de mim alegrando meu mundo. Turista e viajante de histórias. Profunda admiradora dos artistas das palavras. "Devoradora" de livros desde a infância. Bailarina depois de adulta. Desafio do qual posso dizer e parodiar: " Vim, vi, (vivi) e venci". 

A leveza diante de uma vida contada no relógio e marcada na agenda, vem da alma artesã - bijuterias e crochês. É o respirar profundo, o esvaziar da mente. E, iniciando o ano com muita felicidade, colaboradora do Blog "Toca da Leitura". Que orgulho, hein?!? Então, avante 2020 incrível! 
Luz para todos!!








quinta-feira, 14 de maio de 2020

Vem Ler com o Toca: Calhamaços para 2020!


Olá leitores!

Gente, vamos atualizar a agenda do Toca, que está me fazendo imensamente feliz!

Bom, o Projeto Jane Austen do Toca corre a todo vapor e tem rendido discussões fantásticas! Já vamos ter a discussão de Emma no final do mês e em Junho, começamos A Abadia de Northanger! 

Além desse projeto, vamos ter a leitura de dois calhamaços maravilhosos pelo Toca da Leitura que, graças a quarentena, terão suas discussões via whatsapp; a primeira é Jane Eyre, de Charlotte Brönte, cuja leitura começou no dia 01 de Maio e a discussão vai acontecer no dia 14 de junho.

Por conta da dinâmica que eu faço no Toca, tenho limite de vagas, então, se você já leu Jane Eyre ou vai conseguir ler o livro até a data da discussão, não se reprima e me dê um Oi no @tocadaleitura!

Nosso segundo calhamaço vai ser David Copperffield, de Charles Dickens e confesso que estou louca para ler esse livro! A leitura dele será entre julho e agosto, com a discussão para o final desse período (quem sabe até lá estejamos todos aliviados dessa quarentena, né? A ideia é fazer essa discussão presencial, em Teresina, então, se você mora na cidade e deseja participar, dê um Oi.

Para as leituras conjuntas do Toca, que por acaso, têm sido calhamaços, costumo elaborar cronogramas de leituras que procuram atender às diversas realidades e tempos de leitura dos nossos leitores - e a metodologia desses cronogramas, que é bem simples, está explicada nos destaques do @tocadaleitura. 

Tenho recebido depoimentos muito positivos de alguns dos nossos leitores que nunca tinham lido calhamaços ou liam pouco deles, e que estão experimentando a sensação de se ver fora da zona de conforto literária, e isso é maravilhoso!

Pelo Toca de Leitura Club lemos:

- Villete, de Charlotte Brönte, 
- Os Catadores de Conchas, de Rosamunde Pilcher, 
- Crônica do Pássaro de Corda, de Haruki Murakami



Espero que tenham gostado da proposta e que venham ler com o Toca, pois pressinto discussões incríveis e enriquecedoras. 

Um beijo, 


Mariana Mendes 💖





quinta-feira, 7 de maio de 2020

Série A Saga (real) do autor Independente – Parte III


Olá leitores!

Continuando o nosso papo sobre a saga do autor independente, vamos entender quais outros profissionais e serviços estão envolvidos na produção de um livro (independente). 

Normalmente um texto, após passar pela editoração e revisão, segue para a preparação de texto, também chamada de copidescagem.

Diábeisso?👀

Copidescagem é uma leitura bem cuidadosa do texto com o objetivo de identificar e corrigir possíveis incoerências, repetições, uso inadequado da língua, falta de normalização, alguma inadequação ao público-alvo, problemas com a lógica e clareza do texto, enfim, detalhes que podem comprometer totalmente a fluência da leitura e assim, a aceitação do livro no mercado.

No entanto, quando o autor está em voo solo ou nas mãos de uma editora pequena, esse trabalho acaba voltando para as mãos do heroico editor. Findado esse momento, seu texto vai estar no ponto para a produção gráfica, ou seja, vai ganhar um projeto gráfico, será diagramado (ou seja, vai ganhar corpo de livro, com todas as suas partes devidamente organizadas – com índice ou não, orelhas ou não, anexos, etc) e ganhar sua primeira impressão, a “Boneca”, que vai passar por uma análise. Se tudo estiver de acordo com o que foi definido pelo autor e editor, a boneca do livro segue para a gráfica.

Impressão gráfica é um tema espinhoso para o autor independente, por um fato e dois motivos: O fato é que ele vai trabalhar com gráficas pequenas, por motivos de orçamento. As grandes exigem tiragens enormes (o que, para um autor independente, não vale a pena) para justificar seus valores exorbitantes.

Assim, com o contato da gráfica pequena em mãos, você vai levar os detalhes físicos do seu trabalho ao responsável e descobrir que gráficas pequenas têm muitas limitações e normalmente não trabalham com o papel que você queria, têm a fonte ou a cor exata que você pensou para o título, não têm como fazer o pirlimpimpim na sua capa, etc. Então, é necessário ter em mente o que as gráficas com orçamento possível ao bolso independente podem oferecer, antes de investir em capas ou projetos gráficos muito elaborados. 

Na quarta e última parte desta saga, vamos entender o processo de marketing e comercialização do seu livro independente – e entender a questão dos custos envolvidos para ser um autor independente no mercado brasileiro.


Um beijo,

Mariana Mendes 💖