Olá leitores!
Continuando
o papo sobre a minha experiência no louco universo da escrita, em modo
independente, vou pular a parte sobre a escrita em si (falaremos desse processo
no futuro), que é vasta e rica de observações e passar diretamente para a
definição do meio de publicação.
O
escritor pode contar com um editor para compreender as partes do seu livro e como
elas são feitas e organizadas – até porque há partes que só um editor deve
fazer. O papel do editor é fundamental,
não só para uma leitura crítica do seu trabalho, mas para pensar nas melhores
estratégias de mercado para o seu livro.
Tenha em
mente que você vai ter que se debruçar para definir o corpo físico do livro,
definir estratégias de venda e divulgação e, no caso de lançamento por editoras
pequenas ou no modo independente, como o livro será distribuído.
Seja uma
editora de menor porte, seja publicação independente, esteja pronto para
desembolsar. Entre resmas de papel e tinta para a sua impressora, serviços
de editoração, revisão, diagramação, arte e arte de capa, impressão, brindes e
divulgação (onde entram serviços de Correios e papelaria, por exemplo), você
vai precisar de um fôlego considerável – e é meu dever lhe informar que o
retorno tem zero de garantia. No momento em que você põe um livro na praça,
como autor independente, vai chover gente desejando ler o seu trabalho, mas
poucos vão se dispor a pagar por ele. E é aí que muito autor comete o erro de
distribuir o seu livro. Vamos falar sobre isso no futuro.
Nesta segunda
parte do nosso papo sincero sobre a saga (real) do autor independente, vamos nos
deter sobre os primeiros profissionais que um autor vai precisar contratar ou
se submeter: um editor e/ou produtor editorial e um revisor.
Findada a sua história, você vai ter impresso o
trabalho inteiro umas duas ou três vezes para fazer correções. A partir daí,
será necessário confiar a sua cria a um editor ou produtor editorial. O editor
é a cabeça pensante da editora; o produtor editorial está subordinado ao editor
e vai trabalhar com o escritor (o que não significa que editores não possam
trabalha como produtores editoriais), no processo de lapidação até que o texto
chegue à sua forma final (que será levada ao leitor).
Nesse processo, o texto passará por várias etapas
que visam apontar incoerências, erros de pesquisa, verificar a adequação da
linguagem, a caracterização das personagens, coisas que, enfim, fragilizam a lógica
e podem emperrar a leitura do seu trabalho. Se você está sob a direção de uma
editora, vai precisar se adequar ao tom dado pelo editor (que sempre vai
alinhar os originais com a posição estratégica da casa). Tudo vai ser pensado
para o público-alvo da editora.
O editor vai ajudar você a resolver dúvidas maiores
e impactantes, que podem interferir na imagem da editora e do autor; também vai
trabalhar com o autor sobre a redação e preparação do livro, definindo o
formato editoral que melhor se adequa ao projeto, a existência ou não de
anexos, orelhas, índices, aprovar capas e textos de contracapa, etc. É um
trabalho minucioso que pode exigir tempo e é muito importante que o autor tenha
serenidade e foco para as devolutivas do seu editor, porque depois da avaliação
dele, seu texto vai cair na rodinha do hamster! Então, esse é o momento crucial
do nascimento do seu livro.
Aconselho ouvir atentamente as críticas que o seu
editor tem, sem tentar justificar o que ele está apontando. Tive um professor
de Psicologia que me disse uma vez: “Se você precisar explicar o que escreveu,
o texto não está bem escrito, não está finalizado. Então, volte a trabalhar
nele, até que a sua ideia esteja plenamente compreensível e limpa.”.
Após fazer as devidas
correções apontadas pelo editor (e não é raro que um texto passe duas, cinco,
sete vezes pela leitura crítica até que tudo esteja tinindo, o seu texto será
encaminhado ao revisor. Em editoras maiores, há mais profissionais envolvidos,
com funções diferentes e maior detalhamento na preparação, mas estamos falando
da realidade da produção independente e/ou no trabalho de editoras pequenas, então,
normalmente, o texto vai passar por um quadro bem resumido de profissionais.
Numa editora de
médio/grande porte, o texto passaria para um preparador (que é um profissional
que fica responsável por fazer as alterações e ajustes definidos pelo editor),
mas quando o assunto é independente, o texto segue direto para o revisor de
livro, que vai fazer um pente fino no texto para encontrar erros ortográficos,
gramaticais, além de conferir a padronização e a paginação.
Assim, na realidade do
trabalho independente ou de pequeno porte, o editor, o preparador e o revisor,
não raramente têm as funções se fundindo conforme o orçamento do autor. Não
significa dizer que o trabalho seja barato – não é, mas acaba envolvendo menos
processos.
Na III parte da Saga
(Real) do Autor Independente, você vai conferir o processo de diagramação,
impressão e divulgação do livro, assim como algumas decisões e cuidados que o
autor independente vai precisar tomar.
Até a próxima!
Mariana Mendes 💖
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