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quinta-feira, 16 de abril de 2020

Blog do Toca: Série A Saga (real) do autor Independente – Parte II


Olá leitores!

Continuando o papo sobre a minha experiência no louco universo da escrita, em modo independente, vou pular a parte sobre a escrita em si (falaremos desse processo no futuro), que é vasta e rica de observações e passar diretamente para a definição do meio de publicação.

O escritor pode contar com um editor para compreender as partes do seu livro e como elas são feitas e organizadas – até porque há partes que só um editor deve fazer.  O papel do editor é fundamental, não só para uma leitura crítica do seu trabalho, mas para pensar nas melhores estratégias de mercado para o seu livro.

Tenha em mente que você vai ter que se debruçar para definir o corpo físico do livro, definir estratégias de venda e divulgação e, no caso de lançamento por editoras pequenas ou no modo independente, como o livro será distribuído. 

Seja uma editora de menor porte, seja publicação independente, esteja pronto para desembolsar. Entre resmas de papel e tinta para a sua impressora, serviços de editoração, revisão, diagramação, arte e arte de capa, impressão, brindes e divulgação (onde entram serviços de Correios e papelaria, por exemplo), você vai precisar de um fôlego considerável – e é meu dever lhe informar que o retorno tem zero de garantia. No momento em que você põe um livro na praça, como autor independente, vai chover gente desejando ler o seu trabalho, mas poucos vão se dispor a pagar por ele. E é aí que muito autor comete o erro de distribuir o seu livro. Vamos falar sobre isso no futuro.

Nesta segunda parte do nosso papo sincero sobre a saga (real) do autor independente, vamos nos deter sobre os primeiros profissionais que um autor vai precisar contratar ou se submeter: um editor e/ou produtor editorial e um revisor. 

Findada a sua história, você vai ter impresso o trabalho inteiro umas duas ou três vezes para fazer correções. A partir daí, será necessário confiar a sua cria a um editor ou produtor editorial. O editor é a cabeça pensante da editora; o produtor editorial está subordinado ao editor e vai trabalhar com o escritor (o que não significa que editores não possam trabalha como produtores editoriais), no processo de lapidação até que o texto chegue à sua forma final (que será levada ao leitor).

Nesse processo, o texto passará por várias etapas que visam apontar incoerências, erros de pesquisa, verificar a adequação da linguagem, a caracterização das personagens, coisas que, enfim, fragilizam a lógica e podem emperrar a leitura do seu trabalho. Se você está sob a direção de uma editora, vai precisar se adequar ao tom dado pelo editor (que sempre vai alinhar os originais com a posição estratégica da casa). Tudo vai ser pensado para o público-alvo da editora.

O editor vai ajudar você a resolver dúvidas maiores e impactantes, que podem interferir na imagem da editora e do autor; também vai trabalhar com o autor sobre a redação e preparação do livro, definindo o formato editoral que melhor se adequa ao projeto, a existência ou não de anexos, orelhas, índices, aprovar capas e textos de contracapa, etc. É um trabalho minucioso que pode exigir tempo e é muito importante que o autor tenha serenidade e foco para as devolutivas do seu editor, porque depois da avaliação dele, seu texto vai cair na rodinha do hamster! Então, esse é o momento crucial do nascimento do seu livro.  

Aconselho ouvir atentamente as críticas que o seu editor tem, sem tentar justificar o que ele está apontando. Tive um professor de Psicologia que me disse uma vez: “Se você precisar explicar o que escreveu, o texto não está bem escrito, não está finalizado. Então, volte a trabalhar nele, até que a sua ideia esteja plenamente compreensível e limpa.”.

Após fazer as devidas correções apontadas pelo editor (e não é raro que um texto passe duas, cinco, sete vezes pela leitura crítica até que tudo esteja tinindo, o seu texto será encaminhado ao revisor. Em editoras maiores, há mais profissionais envolvidos, com funções diferentes e maior detalhamento na preparação, mas estamos falando da realidade da produção independente e/ou no trabalho de editoras pequenas, então, normalmente, o texto vai passar por um quadro bem resumido de profissionais.

Numa editora de médio/grande porte, o texto passaria para um preparador (que é um profissional que fica responsável por fazer as alterações e ajustes definidos pelo editor), mas quando o assunto é independente, o texto segue direto para o revisor de livro, que vai fazer um pente fino no texto para encontrar erros ortográficos, gramaticais, além de conferir a padronização e a paginação.

Assim, na realidade do trabalho independente ou de pequeno porte, o editor, o preparador e o revisor, não raramente têm as funções se fundindo conforme o orçamento do autor. Não significa dizer que o trabalho seja barato – não é, mas acaba envolvendo menos processos.

Na III parte da Saga (Real) do Autor Independente, você vai conferir o processo de diagramação, impressão e divulgação do livro, assim como algumas decisões e cuidados que o autor independente vai precisar tomar.

Até a próxima!

Mariana Mendes 💖

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