Se vocês leram a resenha de A Época da Inocência, a história não é segredo. Mas aqui, vou me deter sobre o filme, que estreou em 1993, sob uma direção primorosa de Martin Scorcese e um elenco de peso, com Daniel-Day-Lewis, Winona Ryder e Michelle Pfeiffer nos papéis de Newland Archer, May Wallace e Condessa Madame Ellen Olenska, respectivamente.
A cena inicial é num teatro - nada mais adequado. Todos ali estão focados uns nos outros e em suas aparências cuidadosamente construídas.
Newland Archer e May Wallace formam o casal perfeito; ele, muito altivo na figura de Day-Lewis, ela, angelical, na pele de Winona Ryder. Em contrapartida, Madame Olenska é apresentada com um belíssimo vestido azul vivo e a diferença entre os vestidos das duas personagens principais já dá uma ideia da situação. Olenska fugiu do marido e deseja se divorciar. Wallace é uma noiva virginal que tem beijos roubados candidamente por seu principesco noivo.

Porém, essa situação começa a incomodar Archer, que começa a questionar os motivos da condenação à madame Olenska.
Temos dois diálogos muito claros a esse respeito. No primeiro, Archer está jantando com sua família e sua mãe e irmã criticam tudo que Ellen Olenska faz, usa ou diz.
Archer: "Ela teve uma vida infeliz, isso não a torna uma marginal."
Sr. Archer: "Certamente é essa a desculpa que sua família vai dar."
Archer se vê cada vez mais impelido a dar suporte à madame Olenska - a princípio por sentir que sua má reputação poderia lhe atrapalhar o casamento; depois, por se solidarizar com Olenska. May Wallace, inclusive, o apoia em seus esforços para animar madame Olenska - mas engana-se quem pensa que sua condescendência se deva a inocência ou extrema bondade. May sabe perder batalhas para ganhar a guerra.
"Ninguém quer saber a verdade. A verdadeira solidão é viver entre essas pessoas que só querem saber o que você finge ser." (Madame Olenska)
Madame Olenska e Archer acabam se envolvendo - e aqui, o diretor deixa para o público entender o que se passa nos corações dos personagens: eles estão se apaixonando mesmo ou só estão encantados pelo quê o outro oferece (e que eles não encontram entre seus pares?). Porém, Ellen está comprometida em se tornar uma "verdadeira americana" e esquecer sua vida passada e Archer, está jogando sua boa reputação e seu noivado com uma verdadeira dama daquela sociedade - ou seja, nenhum dos dois está em posição de seguir seu coração.
Archer: "Nossas leis permitem o divórcio, mas nossos costumes sociais, não.
Madame Olenska: "Nunca?"
Archer: "Não se uma mulher tem indícios que sejam, de algum modo, contra ela, já tenha se exposto a comportamento não convencional, insinuações ofensivas..."
O diálogo em que os dois conversam sobre as consequências do divórcio deixa claro que não há, para nenhum dos dois, alternativa senão seguir o que manda a sociedade: Olenska viver em discrição e Archer se casar com May e ser um advogado, marido e pai respeitável.
Há um link onde você pode assistir ao filme, em português - mas ele está disponível na Netflix também. As atuações são emocionantes e vale muito a pena assistir ao filme depois de terminada a sua leitura.
Filme A Época da Inocência: https://drive.google.com/file/d/1kXBPKqiLwwjnPNUb4jEFfBO7Yo5M5cC7/view
Eu sou suspeita para falar desse filme, porque é um dos meus favoritos!
Espero que lhes seja agradável também.
Beijos,
Mariana Mendes 💖
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